segunda-feira, 7 de abril de 2008

COIMBRA - TRIBUNA PÚBLICA EM DEFESA DO SNS


A operação de cosmética verificada no Governo com a substituição do Ministro da Saúde, em grande medida devido ao inúmeros e insistentes protestos protagonizados por utentes e profissionais da saúde de Norte a Sul do país, não trouxe nenhuma alteração à política de saúde como tem sido confirmado pela nova Ministra.

No essencial, o conjunto das decisões tomadas nas últimas semanas configuram uma estratégia de prosseguimento das orientações até agora seguidas com consequências graves para o SNS.

Com o argumento da melhoria da qualidade, economia de recursos, melhoria da qualidade dos serviços para os utentes, garantia de acesso aos cuidados de saúde o Governo tem vindo a concretizar um conjunto de medidas visando a destruição do SNS entregando aos grupos económicos com interesses no sector os meios necessários para o êxito no negócio.

A mudança de última hora relativamente à gestão do Amadora/Sintra e à decisão de não entregar a gestão clínica a privados nos novos hospitais, não é o resultado de qualquer alteração de fundo nos compromissos que têm vindo a ser assumidos com os grupos privados da saúde, mas tão somente o resultado de uma distribuição do “mercado” que tem vindo a ser meticulosamente acertada entre o Governo e os grupos privados. A confirmar aí estão os investimentos licenciados pelo Governo na área hospitalar e nos cuidados primários.

Para que esta medida fosse consequente era também necessário acabar de vez com as PPP’s e fazer reverter para o sector empresarial do Estado todos os actuais hospitais EPE, uma vez que estes estão a promover a competição entre hospitais públicos com o degradar dos serviços em recursos humanos.

Esta política de desresponsabilização do Estado está na origem das dificuldades de acesso aos serviços de saúde e na perda de qualidade que se tem vindo a fazer sentir em muitos serviços com consequências que só não são mais gravosas devido ao empenhamento e qualidade da grande maioria dos profissionais.

O encerramento de um conjunto muito diversificado de serviços de proximidade sem que antes tenham sido criadas alternativas credíveis: o agravamento no funcionamento das urgências hospitalares, em grande medida devido ao encerramento de SAP’s, à privatização de serviços dentro dos hospitais e à não rentabilização dos meios disponíveis no SNS; a valorização da medicina curativa em detrimento da preventiva; o não investimento na área da saúde mental e a decisão de vir a encerrar alguns hospitais psiquiátricos por razões meramente economicistas, são apenas algumas das medidas que o Governo do PS tem vindo a concretizar e que têm resultado em maiores dificuldades de acesso pelos utentes aos cuidados de saúde e em piores condições de trabalho para os profissionais da saúde.

É neste quadro de grandes dificuldades, com a consciência de que se o Governo não for impedido de continuar com políticas que não correspondem aos legítimos anseios e direitos dos utentes e dos profissionais da saúde, antes se integram no objectivo dos grandes grupos económicos que apostam na saúde como um negócio e não um direito que as organizações promotoras desta tribuna pública decidiram aderir a uma acção nacional de luta, descentralizada na sua concretização por distritos.

Assim as organizações que apelaram à participação nesta tribuna:

Movimento de Utentes da a Saúde (MUS),

o Movimento Utentes pelos HUC,

a Comissão de Utentes do Hospital Pediátrico

o Sindicato dos trabalhadores da Função Pública do Centro,

o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses

e a União dos Sindicatos de Coimbra

consideram ser este um momento propício à dinamização de uma iniciativa de defesa e dignificação do SNS. Porque é um imperativo nacional travar esta política e garantir o cumprimento do preceito constitucional que obriga o Estado em garantir o acesso à saúde a todos os portugueses, independentemente das suas condições socio-económicas, apelamos ao nosso povo que se associe a esta acção de luta.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

SÁBADO 5 ABRIL TRIBUNA PÚBLICA EM DEFESA DO SNS


Tribuna Pública

Defesa Serviço Nacional de Saúde


O Serviço Nacional de Saúde tem sido, apesar de todas as naturais limitações e insuficiências de resposta comuns a qualquer sistema de prestação de serviços, o único serviço público do nosso país cujo desempenho global nos coloca nos primeiros lugares a nível internacional.


De facto, o nosso SNS, o mais barato da Europa, colocou-nos nos primeiros lugares de desempenho na classificação mundial dos sistemas de saúde da OMS divulgada em 2001. Contudo, fruto das políticas governamentais adoptadas nos últimos 6 anos e da aplicação de modelos empresariais, em 2007 encontrava-se já em 19.º lugar no conjunto dos 29 países europeus.


O ENCERRAMENTO DE UNIDADES E ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE

O encerramento arbitrário de serviços de proximidade sem previamente estarem implementadas alternativas credíveis tem aberto o caminho para a instalação de serviços prestados por grupos privados e obrigado as populações a pagar cada vez mais por um direito que lhes é consagrado na Constituição da República Portuguesa (CRP),


O ATAQUE AOS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

O fraco investimento verificado na área dos Cuidados Primários - pilar central dos cuidados de saúde - em detrimento da aposta no tratamento da doença, tem agravado as já deficitárias situações verificadas nos Centros de Saúde. Este desinvestimento tem também consequências gravosas no que diz respeito aos recursos humanos e materiais e às instalações inadequadas e disfuncionais onde funcionam muitas destas unidades de saúde.


O CONCEITO DE UTILIZADOR-PAGADOR

Neste momento, já somos o país da Europa em que os utentes mais pagam pelos serviços de saúde- 40% dos custos são já suportados pelos utentes, quando no resto da Europa os diversos Estados suportam encargos com a saúde que variam entre os 78 e 85%. Estas taxas constituem mais uma barreira no acesso aos cuidados de saúde, nomeadamente as novas taxas de internamento e das cirurgias de ambulatório.


A OFENSIVA CONTRA OS TRABALHADORES DO SECTOR DA SAÚDE

Há muito tempo que vem sendo desenvolvida uma campanha política cujo objectivo é denegrir junto da população a imagem dos funcionários públicos, neste caso dos trabalhadores do sector da saúde, sendo apontados como privilegiados, culpados das despesas públicas e o seu trabalho desvalorizado e menosprezado. A degradação das condições de trabalho, a gestão autocrática e persecutória e a liquidação da autonomia técnica estão a possibilitar que vários grupos privados aliciem sectores mais diferenciados para os seus quadros, promovendo uma acelerada desertificação e desqualificação dos hospitais públicos e impondo a privatização da prestação dos cuidados de saúde.


A gravidade da situação existente no sector da saúde impõe uma nova abordagem política e o recurso a medidas urgentes que invertam o curso de clara degradação e até de desmoronamento de muitos serviços públicos de saúde.


Por estas e outras razões o Movimento de Utentes da a Saúde (MUS), o Movimento Utentes pelos HUC, o Sindicato dos trabalhadores da Função Pública do Centro, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e a União dos Sindicatos de Coimbra consideram ser este um momento propício à dinamização de uma iniciativa de defesa e dignificação do SNS. Assim, estas organizações apelam à participação de todos na Tribuna Pública em defesa do SNS a decorrer no dia 5 de Abril, em Coimbra , pelas 10.30H, na Praça 8 de Maio.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Lançamento de campanha pela defesa dos HUC


Decorreu ontem, na Praça 8 de Maio, o lançamento da campanha em defesa dos HUC com a apresentação de um mupi alusivo ao tema. Este cartaz será mais um grito de alerta na cidade e um apelo mobilizador aos cidadãos em defesa dos seus hospitais.

O processo de passagem dos Hospitais da Universidade de Coimbra a EPE (Entidade Pública Empresarial) não pode pôr em causa a qualidade do serviço e do atendimento nos HUC. As "vantagens competitivas e financeiras" que se invocam para este novo modelo de gestão não podem ser obtidas à custa da redução do número de camas e de atendimentos e do aumento de encargos para os utentes.

Só com uma postura activa poderemos garantir a defesa dos HUC - pelo direito de ser tratado e bem tratado em Coimbra.

Participe neste movimento, subscreva o abaixo-assinado:
http://www.petitiononline.com/PelosHUC

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Reunião do Movimento Utentes Pelos HUC

No dia 16 de Novembro, pelas 18h, o Movimento Utentes Pelos HUC, irá realizar uma reunião na sala de conferências da Casa Municipal da Cultura de Coimbra para discutir as próximas iniciativas a realizar no âmbito da defesa da qualidade do serviço público prestado pelos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Todos os cidadãos preocupados com a situação dos Hospitais da Universidade de Coimbra estão convidados a comparecer e a trazer para a discussão os seus contributos e propostas.


Coimbra, 14 de Novembro de 2007

O Movimento Utentes pelos HUC

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Entrega de carta ao Ministro da Saúde















Na passada 2.ª feira, 1 de Outubro, o Movimento Utentes Pelos HUC entregou uma carta ao Ministro da Saúde, aproveitando a visita de Correia de Campos aos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Foi uma visita atribulada para o senhor Ministro. Função pública, enfermeiros e utentes interpelaram Correia de Campos, dando a conhecer as suas reivindicações e exigindo respostas... que acabaram por não obter.

O Ministro aparentemente terá saído dos HUC bastante desorientado com tanta contestação, rumando a outras paragens em grande velocidade e sem se dignar a auscultar as preocupações dos utentes com a devida calma.

Infelizmente, é como diz o povo, "onde há fumo, há fogo" e, neste caso, não há palavras bonitas que escondam o fumo do ataque ao Serviço Nacional de Saúde.

Aqui fica o texto da carta do Movimento que foi entregue a Correia de Campos.


Movimento
Utentes Pelos HUC
utentesdoshuc@gmail.com
www.utentesdoshuc.blogspot.com

Coimbra, 1 de Outubro de 2007

Ex.mo Sr. Ministro da Saúde:


O Movimento de Utentes Pelos HUC é um recém-criado movimento de utentes deste hospital que se juntaram em torno de uma preocupação com o futuro de um dos maiores Hospitais do país. A asfixia financeira denunciada a quando da demissão da anterior administração, as notícias de possíveis encerramentos de serviços e a constatação de diversas alterações na prestação de cuidados médicos, levam-nos a temer pela qualidade de serviço deste hospital e a recear o seu desmantelamento.

Assim, este movimento, vem por este meio solicitar a vossa excelência que ajude a esclarecer algumas dúvidas que se nos têm levantado a longo do processo que actualmente decorre nos Hospitais da Universidade de Coimbra:

- Porque é que um cada vez maior o número de utentes são enviados deste hospital para serem tratados noutras unidades hospitalares mesmo quando se sabe que cá existe capacidade de tratar os seus casos?

- Porque é que doentes de Coimbra acabam por ser tratados em unidades tão distantes das suas casas e famílias como Montemor-o-Novo, quando se sabe que várias enfermarias dos HUC têm taxas de ocupação muito abaixo das suas capacidades?

- Que custos, que benefícios e quem beneficia com esta distribuição de serviços? Os utentes
deslocados? Os HUC? A qualidade de serviço? Alguns interesses privados?

- Serão encerrados serviços dos HUC? Quais?

- Será encerrada a Maternidade Daniel de Matos? Será relocalizado esse serviço nos blocos centrais dos HUC? Em que espaço? Com que condições?

- Serão encerrados os Blocos de Celas? Que serviços? Serão relocalizados esses serviços nos blocos centrais dos HUC? Em que espaço? Com que condições?

- Qual o futuro previsto para os espaços a libertar pelos HUC? Que benefícios e quem
beneficiará?

- Que consequências terá para a qualidade dos serviços a prevista redução de 25% de pessoal de
apoio?

O Movimento de Utentes pelos HUC

domingo, 23 de setembro de 2007

Primeira acção pública do Movimento
















A primeira acção pública do Movimento Utentes Pelos HUC decorreu ontem frente à porta do bloco central dos Hospitais da Universidade de Coimbra, causando grande impacto entre a comunidade de utentes e familiares que se encontravam no local.

O saldo da iniciativa traduziu-se na distribuição de 1500 panfletos de apresentação e reivindicações do Movimento e na recolha de mais de 300 assinaturas do abaixo-assinado pela defesa dos HUC e do Serviço Nacional de Saúde.

O abaixo-assinado encontra-se já disponível na internet no endereço http://www.petitiononline.com/PelosHUC. Apelamos a que o ajudem a divulgar pelo maior número possível de pessoas.

Aqui fica um dos artigos sobre a iniciativa de ontem que saiu na comunicação social.

Combater a «asfixia financeira sistemática» e a empresarialização dos Hospitais da Universidade de Coimbra são os principais objectivos do Movimento de Utentes pelos HUC, apresentado hoje à porta do bloco central do estabelecimento de saúde.

«Decidimos criar um grupo de participação cívica abrangente de utentes dos HUC, porque nos preocupa a actual situação dos Hospitais da Universidade de Coimbra», disse à agência Lusa um dos elementos do movimento, Ricardo Matos.

Nos últimos anos, tem-se assistido «a um processo de paulatina asfixia financeira dos HUC. Só em 2006, não receberam cerca de 36 milhões de euros que estavam contratualizados com o Estado», segundo um comunicado distribuído hoje aos utentes e visitantes do estabelecimento.

«A par da asfixia financeira, com o processo acelerado de empresarialização, está a ser posta em causa a própria continuidade dos serviços, havendo sinais que apontam para o desmantelamento de blocos inteiros dos HUC», adianta o texto.

De acordo com o Movimento Utentes pelos HUC, «este processo não pode ser desligado do plano mais geral de degradação do Serviço Nacional de Saúde e de entrega a privados que o governo PS tem seguido».

«É um processo que está a conduzir à transformação da saúde num negócio e que a prazo terá efeitos nefastos na igualdade de acesso a este direito fundamental», é sublinhado.

O movimento aproveitou também a deslocação para começar a recolher assinaturas para um abaixo-assinado em defesa dos HUC, em que frisa que esta «é uma das mais importantes unidades de saúde do país».

«As suas cerca de 1.500 camas, o número de cirurgias, o número de doentes, fazem desta unidade a maior do país, com extrema importância no Serviço Nacional de Saúde e forte impacto no âmbito regional e nacional», sustenta o grupo.

A apresentação do movimento, acessível em www.utentesdoshuc.blogspot.com, e o lançamento do abaixo-assinado surgem no âmbito das várias acções descentralizadas que se realizam hoje no país sob o lema «A saúde não é um negócio», promovidas pelo Movimento Cívico em Defesa do SNS e pelo Movimento de Utentes dos Serviços Públicos.

Diário Digital / Lusa

22-09-2007 16:46:09

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Defender os Hospitais da Universidade de Coimbra















Os Hospitais da Universidade de Coimbra são uma das mais importantes unidades de Saúde do País. As cerca de 1500 camas, o número de cirurgias, o número de doentes, fazem desta unidade a maior do país, com importância no Serviço Nacional de Saúde e impacto no âmbito regional e nacional.

Não à asfixia dos HUC

Nos últimos anos temos assistido a um processo de paulatina asfixia financeira dos HUC. Só em 2006, não receberam cerca de 36 milhões de euros que estavam contratualizados com o Estado.
Estes cortes põem em causa a qualidade de prestação de serviços, perspectivando-se a saída de profissionais e degradação das condições materiais.

Não ao desmantelamento

A par da asfixia financeira, com o processo acelerado de empresarialização, está a ser posta em causa a própria continuidade de serviços, havendo sinais que apontam para o desmantelamento de blocos inteiros dos HUC.

Este processo não pode ser desligado do plano mais geral de degradação do Serviço Nacional de Saúde e de entrega a privados que o Governo PS tem seguido.

É um processo que está a conduzir à transformação da saúde num negócio e que a prazo terá efeitos nefastos na igualdade de acesso a este direito fundamental.

A Saúde é um direito! Não é Negócio!